terça-feira, 15 de março de 2011

“Vou não, quero não, posso não”

- Zé, que cara de “enterro” é essa? Você acabou de voltar de férias!!
- Com essa rotina de “morte” só com cara de “enterro” mesmo, meu camarada!

Você já sofreu de depressão pós-férias? Pois é, euzinha aqui esta sofrendo disso. Pensei que era charme da sociedade, mas “nana nina não”, 23% da população brasileira sofre de depressão após o merecido descanso.

Os sintomas são logo percebidos com as doses de realidade do cotidiano, ou da nada agradável rotina. Ao contrário que a sua, minha, nossas mães pensam, essa sensação de desânimo profundo, não é simples “draminha”; está estatisticamente comprovada pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), instituição voltada para a investigação e gerenciamento do estresse. Para vocês verem, o stress hoje em dia tem até Associação.

Meio paradoxal isso, né? A gente tira férias para se desestressar e fica estressado por não querer voltar. Será que o melhor não seria ficar aprisionado na rotina se enganando de ser feliz? Afinal, só se percebe o amargo quando a gente se lambuza do doce.

Segundo pesquisas a depressão pós-férias atinge principalmente os insatisfeitos com o emprego e é caracterizada por desânimo, dores musculares, ansiedade e dificuldade para cumprir as obrigações. E o que mais me chamou atenção foi que 52% dos amiguinhos depressivos pesquisados consomem álcool como forma de aliviar o mal-estar. Será que foi por isso que arrumei um monte de companhia em plena segunda-feira para um delicioso porre? 

É meu caro leitor, “rapadura é bom, só que dá dor na costas...” e se a depressão é grande, é porque as férias foram boas, muito boas, não é mesmo? Aí a gente fica no estilo: “vou não, quero não, posso não”, só lembrando o que foi vivido naqueles descompromissados dias, onde somos ricos, bonitos e felizes.

É engraçado como quebrar a rotina, mudar de lugar, saborear novas coisas mexe com a gente. Nossa mente fica criativa, leve, cheia de idéias e de vontades. Somos capazes até de pensar em jogar tudo para o alto só para tentar eternizar aqueles momentos lúdicos, a flor da pele, onde tudo é mais colorido, bonito e vivido em “caps lock”. Por isso, é muito comum nesses “breaks” viver um amor, um romance ou só um lance; afinal, estamos abertos a viver inteiramente e intensamente esses momentos únicos.

Mas, como tudo que é bom dura pouco, voltemos a rotina... sabe aquela coisa de pagar conta, acordar cedo, fazer dieta, aturar chefe chato, fazer super mercado, correr contra o tempo, dormir pensando no que se tem que fazer no dia seguinte, administrar pepinos, descascar abacaxi e chupar cana ao mesmo tempo, sabe? Então, voltemos à rotina... e esse não é um un-privilege só seu ou meu, mas nosso.

Por isso, vamos nos dar as mãos e aguardar passar. Segundo a pesquisa esses sintomas somem em até duas semanas. Viu como nos acostumamos ao amargo rapidinho?

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