domingo, 1 de maio de 2016

Gigantão ou Gigantinho?



Era uma vez uma cidade onde tudo era gigante, a Gigalândia. Tudo era grande, as casas, os carros, as igrejas, os colégios e até o escorrega da praça era gigante. Em São Paulo tem uma cidade assim, que se chama Itú, mas não era Itú, porque em Itú as coisas são grandes, na Gigalândia as pessoas, os bichos, até os insetos e as flores eram enormes. Parecia que tudo tinha tomado fermento e ficou maior do que o normal. Apesar de que o normal para eles era o grande.

Um dia nasceu um menininho e ele era bem pequenininho. A população da Gigalândia não entendeu nada, de como daquele barrigão, nasceu aquele bebezinho. Então resolveram chamá-lo de Gigantinho.

Gigantinho cresceu, ou melhor não cresceu, na verdade cresceu, mas só um pouquinho. No colégio ele ouvia brincadeiras, ganhava apelidos e risadas, mas ele sabia que era especial. Ele era o Gigantinho. O único que podia se esconder fácil, correr mais ligeiro atrás da bola, e passar por lugares que só ele passava. Sem fazer força via as calcinhas das gigantonas e contava as cores aos coleguinhas. E todos davam aquela risadinha, enquanto elas ficavam bravas e rosadinhas.

Gigantinho sabia que o mundo era grande e muito maior que ele, mas não se sentia pequeno não, ele sabia que a grandeza estava dentro dele. Ás vezes ele ficava triste por ser pequenininho, ao mesmo tempo, Gigantinho gostava de ser diferente, afinal ele era único. E depois de ficar triste, se sentia bem só por ser único. O comum era muito comum e ele não via muita graça nisso.

Gigantinho tinha um bichinho, que no caso dele era um bichão. Seu cachorro e amigo se chamava Lambão, uma lambida do Lambão, molhava todo o Gigantinho, tadinho. Lambão não era fácil, por isso ganhou esse nome. Só fazia lambanças. A que mais gostava era se jogar entre as latas de lixo da cidade e esparramar tudo em volta. Gigantinho tentava ensiná-lo, mas não tinha jeito, Lambão era um lambento!

Enquanto os outros meninos levavam seus cachorros e bichos para passear, Gigantinho sentava na garupa do Lambão e o deixava levá-lo para lugares a descobrir. Assim ao invés de controlar o mundo, Gigantinho descobria o mundo.

Eles eram bons amigos. Um dia Lambão levou Gigantinho a passear, subiu numa montanha muito, muito muito grande, foi um passeio longo. Gigantinho estava cansado, mas o Lambão não parava de subir. Até que eles chegaram ao topo, onde se podia ver toda a cidade. Gigalândia estava bem pequenininha. Como isso podia ser? Aquele cidade enorme, pequeninha? Menor que o Gigantinho!


Por alguns minutos Gigantinho ficou um pouco confuso, mas depois entendeu que se sentir pequeno ou grande é apenas uma questão de perspectiva. 

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